terça-feira, 3 de maio de 2011

Dark Season - Valley of Desecration

11 Faixas
2004
Black Metal
Independente
Nota: 9.5

Uma questão que eu sempre deixei em pauta foi: - Até quando a maior parte do público brasileiro consumidor de cds fará vistas grossas as bandas do seu país?  Sim, pois existe um preconceito latente a grupos nacionais.  Conheço pessoas que gastam cerca de R$ 35,00 a R$ 40,00 reais em um cd de uma decadente banda de metal melódico ou um grupo de black metal comercial, mas é incapaz de expressar o mínimo de interesse as bandas nacionais. 

Quando vou a lojas especializadas, seja no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte e etc...O papo é sempre o mesmo, a criatura pega o cd, olha com total falta de interesse e depois volta para o gringo decadente.  Isso não é xenofobia da minha parte é revolta mesmo!

Esse preconceito aumenta principalmente quando o grupo é nordestino.  Não? O leitor deve estar se perguntando agora: - Eu não sou assim! Eu não faço isso.  Pois faz sim.  Existe de forma mascarada um preconceito e uma grande apatia a grupos do Nordeste brasileiro.  Mas se cada um de nós depositarmos um pouco do nosso tempo ajudando esses grupos, com certeza eles conseguirão a visibilidade que precisam.

Precisei desse extenso parágrafo para iniciar essa resenha de um dos melhores álbuns de 2000.  Gostaria de apresentar a você leitor o grupo piauiense Dark Season. 

O grupo é novo, surgiu em 2001e  no ano seguinte lançou sua primeira demo que recebeu da mídia especializada os mais diversos elogios.

Em 2004, o grupo retorna com seu debut. Da introdução até a última faixa, o cd não passa de um grande desfile de qualidade, competência e bom gosto. Cada arranjo e nota parece ter sido trabalhada cuidadosamente afim de fazer com que o ouvinte atinja um estado de êxtase com as músicas.  Para exemplificar ouça a faixa “Into My world”.

A sonoridade da banda é tão rica que podemos encontrar diversas influencias que vão do metal tradicional em solos e bases ao metal sinfônico em algumas passagens como na belíssima “The Ritual”.  O vocal gutural, porém audível de Alonso Alves se encaixa perfeitamente a banda sem abusar na agressividade. 

Continuando a citar destaques, não deixe de ouvir “Unhloy War” ótimas passagens de teclados e uma melodia cativante.

Todas as onze faixas são perfeitas, talvez o único ponto que a banda deixa a desejar seja na parte lírica, onde o grupo investe em temas batidos como demônios, escuridão com metáforas envolvendo esses assuntos.  A parte gráfica do cd é bem organizada, porém a capa poderia ter sido melhor trabalhada e infelizmente não passa para quem a vê toda a exuberância que é esse trabalho.

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